O QUE VIMOS NOS ÚLTIMOS DIAS EM CINEMA – 25 jun 2016

O que vimos e ouvimos nos últimos dias acerca da sétima arte? O que mudou no atual panorama nacional e internacional? Aqui fica o nosso balanço.

Tristemente, os últimos dias foram marcados pela morte chocante de Anton Yelchin, ator de 27 anos, reconhecido do público por interpretar Chekov nos três mais recentes filmes da saga Star Trek. Entre todas as listas de jovens atores promissores em Hollywood, não seria de espantar que o seu nome estivesse registado. Sempre com uma presença naturalista e vulnerável diante da ecrã, Yelchin participou num conjunto diversificado de filmes como O Castor, com Mel Gibson e Jodie Foster, Exterminador Implacável: A Salvação e Like Crazy. Neste filme independente com Felicity Jones – atriz protagonista de Rogue One – Yelchin começou a chamar a atenção da indústria mainstream num desempenho de um americano rico que se apaixona por uma inglesa de origens humildes. anton-yelchin-is-new-hollywood-it-geek-scaled-small-1672613969

Vítima de acidente em que foi atropelado pelo seu próprio carro em casa, Anton Yelchin tinha seis projetos terminados, alguns deles apenas na fase de pós-produção, prontos a estrear. Destaque claro para o terceiro Star Trek: Além do Universo, que retoma a viagem de Chris Pine, Zachary Quinto e Zoe Saldana pela galáxia, sendo que, desta vez, a direção é da responsabilidade de Justin Lin, que liderou três filmes da saga Fast & Furious: Velozes e Furiosos, Velocidade Furiosa 5 e Velocidade Furiosa 6. Há ainda outro projeto, potencialmente especial para os portugueses. Com o título Porto e com a cidade do Porto a servir de pano de fundo, este filme conta a paixão que nasce entre um jovem americano e uma francesa, durante uma só noite, muito ao estilo de Antes do Amanhecer.

Outra notícia, certamente mais agradável é a estreia nas salas de cinema de À Procura de Dory, que estreia 13 anos depois de À Procura de Nemo.

À Procura de Dory, tem Ellen DeGeneres a dar voz a Dory na versão original, a melhor amiga do peixe-palhaço Marlin e que sofre de perda de memória de curto prazo. Nesta nova aventura, Dory descobre que tem uma família, desesperando por encontra-los. uk_dory_flexherobg_n_6032b443

Em À Procura de Dory até pode ser reconhecível o metódico procedimento comercial do estúdio, para que não hajam dúvidas, mas tal tem um significado importante, para que não o entendamos num sentido pejorativo da crítica. A Dory desde há treze anos que faz parte de uma memória popular, quer individual quer coletiva, prefigurando em t-shirts, em cartazes, em piñatas, em festas de aniversário, num variado amontoado de acessórios, que não conseguimos evitar. Entretanto, as crianças de outrora são agora jovens adultos a terminar os estudos e a iniciar a vida profissional, os jovens adultos de antes são, hoje em dia, pais presumivelmente exaustos da rotina que abraçaram nas suas vidas. À Procura de Dory é entretanto o filme mais visto em todo o mundo, e já um dos filmes do verão, que deixa uma certa nostalgia por percebermos que o tempo passa tão freneticamente, sendo que, por vezes, esquecemo-lo.

Ademais, além de À Procura de Dory, os estúdios da Pixar, em co-produção e distribuição da Disney preparam já uma série de animações que prometem conquistar toda a família. Realce-se Carros 3 e Coco. No novo filme de Carros, Faísca McQueen descobre que é considerando um dos carros mais velhos da sua geração, o que deixa o pequeno carro vermelho bastante desanimado. Esta é uma história que nos apresenta um Faísca McQueen, não tanto animado do que o habitual. Já Coco é o filme da Pixar inspirado no Dia dos Mortos, a festa mexicana que homenageia aqueles que já não se encontram entre nós. Conhecida desde que os espanhóis chegaram ao continente americano, este era o dia escolhido pelos nativos para conservar os crânios dos mortos como prémios, exibindo-os mais tarde como celebração do renascimento e da morte.

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Este filme, inspirado nesta tradição, vai contar-nos a história de Miguel, um rapaz de 12 anos que marca uma reunião de família bastante peculiar. O jovem decide reunir os familiares vivos e os mortos naquela que é a conhecida celebração mexicana.